domingo, 30 de novembro de 2014

Faz um favor, vai....

"Irmão, você tem noção do que você ta pedindo pra ela? Você ta pedindo para que ela aceite, tranquilamente, o fato de que você vai embora. Vai embora por um ano, ou mais. Você ta pedindo pra que ela fique contigo, enquanto você arruma suas malas, enquanto você se despede de todo mundo. Enquanto você se despede dela. Você ta pedindo pra que ela não chore quando pensar na vida sem você aqui, sempre ao seu lado. Você ta pedindo pra que ela respire fundo e lide de forma racional com o fato de que você ta SIM, indo pro outro lado do mundo. Viver tudo o que ela desistiu de viver por tua causa.
Você chega do nada, na vida dela. Sabendo que seu tempo por aqui é contado... Você chega sabendo que vai embora, e não deixa ter coragem de te deixar aí, sozinho.
Ela que não tava querendo nada sério... tinha se recuperado de um puta tombo. Ela tava ali, se reerguendo quando você apareceu todo sorridente naquela noite. E ela te deixou entrar porque não sabia que você ia embora, não sabia que ia acabar sozinha de novo.
Mas você sabia. E mesmo assim ficou ali.
                Mas o que você ta pedindo pra ela, não se pede pra ninguém. Ouviu? Pra NINGUÉM. Nem se vocês já fossem casados há 30 anos você poderia pedir algo assim... Mas você pede. Porque a bronca de uns meses daqui não vai ser sua.
Você tem noção do que é olhar dentro dos olhos da sua melhor amiga e não ver nada? Tem noção do que é ficar, por semanas, sem aquela risada gostosa, e sem o menor sorriso? Pois é, cara. Eu tenho.
                Mas você só conhece o lado dela brilhante. Você não conhece o lado escuro. O lado que vai bater o pé, gritar, e cair no chão chorando. Você não tem ideia do que é atender ao telefone de madrugada, só porque é o numero dela ligando, e não conseguir ouvir nada... De tanto que ela chora.
Tem ideia de como é encontrar com ela, dia após dia, com os olhos inchados de tanto chorar? É, eu tenho ideia de como é isso também.
Eu tenho ideia do que é dormir com ela gritando, sofrendo, e chorando... e não saber se vai acordar com ela respirando. Eu tenho ideia do que é ter medo de perder essa menina, rapaz.
Já imaginou como é chegar pra ver como ela ta... e encontrá-la jogada na cama? Mais pálida do que nunca... E sem comer há dias? E quando alguém insistir que ela tem que comer, porque ta definhando, e só na ultima semana já perdeu seis quilos... Ela dar uma riso sem fôlego, sem força, sem ânimo e dizer que: “Pra que eu vou comer? Não tem mais ninguém pra me ver bem, mais ninguém pra ver rindo e nem pra me fazer gastar a energia... Ele não vai voltar se eu comer. Eu to sem fome de vida”. Tem noção do que é isso? Ver essa menina toda viva sem vontade de sair do quarto? Com as unhas todas quebradas, o cabelo sem brilho e sujo preso de qualquer jeito... Tem ideia de como é isso?
Tem ideia do que é chegar e ela não ter vontade nem de ver Friends? E de vê-la encarando o teto durante horas seguidas... Quieta?
Tem ideia do que  é tentar tirá-la de casa e ela não se aguentar nem pra sair da cama?
Pois é. É exatamente assim que ela vai ficar.
Sim, eu sei. Ela ta batendo o pé e dizendo que vai cortar o cabelo, mudar o quarto e tudo... Mas ela não vai. O cabelo vai crescer e ela não vai cuidar, porque não tem ninguém pra ver ela bonita.
O quarto vai ficar cada vez mais bagunçado, cada vez mais triste... Porque não tem quem veja ele arrumado, não tem pra quem ele se alegrar inteiro.
E ela vai insistir que nem ela tem.

Tenho certeza de que ela briga contigo sobre quem ama mais. Não briga? É, eu sei. É a cara dela. Essas briguinhas pequenas. E ela, no mínimo, revira os olhos e faz voz de desdenho quando você que a ama mais.
Mas o amor dela é maior do que o seu.
Sabe como eu sei disso? Porque ela nunca te pediria pra aceitar a partida dela. Ela nunca te pediria pra continuar vivendo sabendo que ela ta indo embora.
Ela ta aqui, disposta a sacrificar tudo o que ela tem. As tardes tranquilas, o tempo com os amigos, o tempo com a família... tudo pra ficar trancada num escritório durante oito horas por dia, cinco dias por semana, durante 40 semanas do ano. Ela ta disposta a não gastar nem um centavo a mais do que o necessário. Tudo pra conseguir uns tempinhos com você do outro lado do mundo.
Ela te ama mais porque ela ta mexendo em todos os planos da vida dela por sua causa. Enquanto você ta doido pra ir parar lá do outro lado do mundo por nada, e sem ela.
Sim, ela já me disse que aqui você teria que estudar muito pra compensar o que conseguiria fazendo nada lá... mas irmão, aqui você tem ela. Você sempre vai ter essa companhia gostosa por aqui. Nem que seja por uma hora na semana, mas vai ter.
E é por isso que ela te ama mais do que você a ama... porque ela cruzaria o mundo por você. E você não ficaria aqui por ela.
Sabe... Eu só espero, realmente, que você não invente de machucar essa menina durante esse tempo longe. Se você machucar, você vai acabar sem ela. Até mesmo quando você voltar pra cá.
E ela é teimosa... Se você estiver por lá e ela for machucada aqui, ela vai se reerguer rapidinho e vai parar lá naquele lugar onde você vai estar. Linda. E cheia dos gringos do lado, rindo pra eles. Rindo com eles. Rindo de você. E você vai sentir a dor do que é perder alguém incrível como ela.
Se você perder essa menina, não vai ter conversa que resolva e a faça querer voltar pra você. E eu não vou te ajudar. Você sabe o quanto ela me escuta, não sabe?
Vai doer pra caralho ela ficar sem você, mais ainda ver ela desse jeito... Mas sabe em quem vai doer mais? Em você. Porque menina igual a ela você acha uma vez na vida. E você casa com essa.
Irmão, se você perder essa menina... eu sinto demais por você.

Então, faz um mega favor e não machuca ela não. Faz esse mega favor e fica aqui."

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Vem rir comigo

Eu adoro o som da tua risada, sabia? Principalmente aquela risada grande que você dá, e me faz inclinar a cabeça e me perguntar onde diabos você viu tanta graça. E logo eu, que não sou de sair dando gargalhadas por aí, me vejo perdendo o fôlego do seu lado. De tanto rir, sorrir, respirar, cantar.
Eu ri demais contigo aquele dia, em que você cismou de me ensinar umas posições de MMA. E nós dois ficávamos rolando na cama, enquanto eu te ouvia dizer aqueles nomes ridículos como "espalhar o frango".
Ri do nosso jogo de músicas, onde "limão" virou ''balão" e você transformou "meu limão, meu limoeiro" em "meu balão, meu baloeiro''. E eu não conseguia parar de rir com as músicas ridículas que a gente inventava, e nem de você gargalhando da minha cara porque não conhece Forfun, e acha que as músicas que eu cantava com as palavras que você pedia, eram todas inventadas na hora.
Ri um pouco menos quando você disse que, só de birra, ia embora pro outro lado do mundo naquele mesmo instante, que pegaria um avião e ia pra longe de mim. Mas ainda assim, consegui rir mais dessa vez, do que de todas as outras vezes em que esse assunto surgiu.
Você dizendo que ia me sequestrar por um ano, e me levar junto com você pro outro lado do mundo, pra a gente não ficar separado.. Bom, diminui o aperto terrível dentro do meu peito. E eu ri por causa disso, também.
A maneira boba como a gente para na frente de um espelho qualquer, você arruma o cabelo, e nós dois ficamos fazendo careta. Ou quando eu brinco que sou sim mais forte que você, e que seu bíceps, tríceps, e infiniceps não são de verdade. E eu fico na ponta do pé: "mô, olha pra mim", e você faz tipinho e não me olha. E eu me estico mais pra alcançar a sua boca tão mais alta que a minha e conseguir te dar um beijo que vai fazer com que me você me abrace e ria comigo.
Me faz tão feliz.
A gente discutindo, ainda que implicitamente, sobre o futuro, dizendo que ainda não é hora, mas um dia será, de termos nossos filhos. Assim, "a linhagem não será interrompida e nem desperdiçada".
Eu fico tão feliz do seu lado... tão feliz. Que tenho até medo de isso tudo ser mentira. De nada disso ser tão real quanto eu penso que é. Medo de que meu coração não aguente lidar com tanta alegria e acabe explodindo, deixando pedaços meus e seus por todos os lados, em todos os nossos cantos. Medo de que você enjoe, canse de mim e resolva ir achar alguém menos complicada por aí...
Mas você sempre me diz pra aproveitar agora. Pra eu não me preocupar com o futuro, e nem com o que pode vir a acontecer daqui 10 meses.. E eu quero te bater quando diz que dá pra eu enjoar de você até lá. Porque isso é absurdo, eu não enjoo nunca de você.
Como eu iria enjoar de rir alto da sua cara de quem se atrapalhou todo pra me explicar o conceito de "rápida"? E de nós dois dançando na cozinha? Ou do seu bico quando eu tiro uma da sua cara?
Não dá pra ficar sem meu riso fácil quando eu olho pra você falando com meus amigos e minha família.
Ou nas, várias, vezes em que a gente fica olhando pro teto e falando besteiras. Quando você fala espanhol ou sueco pra mim, só porque eu não entendo nada. E você ri da birra que eu faço, e eu rio do som que a sua risada tem, e da vibração gostosa que acontece no seu peito quando você gargalha.
Eu perco a vontade de rir quando imagino a vida sem a sua cara de surpresa quando descobrimos mais um sabor fantástico de milk-shake, nutrindo a nossa vida de casal gordo. Ops, guloso.
A vez em que fugimos do cinema porque o filme não estava tão interessante assim. E todas as vezes em que você diz que não, eu não vou ficar sabendo da história da sua cicatriz em forma de X. Onde vai parar meu riso se não tiver você pra me beijar a testa, dizer a nossa história é totalmente doida?
Eu não conseguia ficar séria naquela vez em que estávamos discutindo quem é mais apaixonado, entre nós dois. Você, ida e volta até a Lua, 15 vezes. Eu, ida e volta até o Sol, 20 vezes. Você mudou a Lua, e disse que não era a da nossa galáxia. Mas ainda eram 15 vezes. Eu não acreditei em você, e resolvi que te amo daqui até as rachaduras do Universo, 20 vezes. E você achou ruim porque eu mudei meu ponto de referência cósmico. Mas eu não liguei. Porque tinha me perdido na maneira em que seu rosto fica quando você ri pra mim.
Promete que vai sempre rir comigo?

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Rapaz, quando acabar Julho você vai precisar de um saco de paciência e uma tonelada de amor pra aguentar o tranco de Agosto. Ela odeia esse mês. Fica manhosa, faz biquinho por qualquer besteira, e tudo o que acontece é motivo pra ela ir te pedir colo, com aqueles olhos castanhos arregalados, parecendo o Gatinho do Shrek...
Você vai ter que entender que não é por mal que ela assume essa postura de mulher, de menina, sensível. É que ela odeia mesmo Agosto, e cisma que o mês também a odeia.
Deixa ela falar. Deixa ela dizer que em Agosto a vida dela vira de ponta cabeça, que ela entra em crise. Que tudo dá errado. Que só em Agosto que você foi roubado dela por mais tempo do que ela consegue aguentar. E deixa ela fazer biquinho e baixar o cenho, ficando com a cara de dó mais linda do mundo.
Deixa ela não querer sair de casa. Ela vai negar sair com os amigos quantas vezes for preciso. No fundo, ela só quer mesmo é ficar deitada contigo, o dia todo no sofá, na cama, vendo algum filme ou encenando uma cena qualquer. Deixa ela ficar ali com a cabeça deitada no seu peito, quietinha. É que em Agosto ela se tranca dentro dela mesma, e te deixa ver só um pouquinho. E só deixa ver o que ela quer que você veja.
Mas faça ela se abrir, não deixe que essa menina se afogue dentro dela mesma, porque ela já se afogou demais. Deixa ela tremer de frio, e insistir que é de nervoso, mesmo você sabendo que não é. Porque você conhece os tremeliques dela bem demais já, e sabe a diferença entre eles. Ri baixinho quando ela esticar a mão direita pra te mostrar que tá SIM tremendo, não lembrando que você sabe que a mão direita dela treme sempre.
Leva um doce qualquer pra ela, você vai poder ver aquela expressão de criança de novo. Com a boca aberta e os olhos arregalados, como se tivesse congelado numa risada.
Se for viajar, traz uma coisinha qualquer, só pra mostrar que lembrou dela. Ainda que você tenha dito todos os dias que ela não saia da sua cabeça. Traz uma coisa boba, uma lembrancinha mesmo, pra ela colocar na mesa, junto com a foto de vocês que ela tem revelada, e passar o tempo todo perto. Ela se sente mais perto de você assim. É Agosto, ela faz ainda menos sentido.
Entende que ela vai sentir vontade de brigar, de gritar. E que ela vai revirar muito os olhos, por nada, pra você. Mas, vai, respira fundo e puxa essa menina pra um abraço apertado, rapaz. Respira no pescoço dela e sente fundo o perfume que ela tá usando no dia. Ela muda muito de perfume nesse mês. Não deixa ela querer fugir dos seus braços, mesmo que ela já esteja lá há uns bons cinco minutos. Prende ela ali, deixa ela entender o quanto você precisa daquele jeitinho dela na sua vida.
Escuta com atenção a risada sem som que ela dá. E com mais atenção ainda aquela gargalhada rara, que tem barulho. Ela só ri desse jeito quando tá realmente se divertindo.
Entende todas as maniazinhas dela desse mês. Entende cada uma delas, e ame todas. Ame o conjunto todo. Mesmo com aquelas coisas chatas e irritantes que ela encasca de ser em Agosto. Aguenta tudo isso e muito mais.  Porque assim que acabar Agosto, ela aparece com um fôlego todo novo. Ela abraça Setembro com a alma inteira. E se Agosto é uma tragédia grega na vida dela, Setembro é a peça mais linda que já foi escrita. Aproveita a sorte que tem, e aprecia bem o espetáculo. Não despreza não.
Porque esse espetáculo é só teu, e de mais ninguém.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Bilhete

Bilhete.
Vem cá. Deita aqui comigo, nesse sofá vermelho, nessa sala amarela... deita aqui comigo e vamos ficar escutando "I don't wanna miss a thing", "The A team", "I'm Yours", "Two is better than one" e tantas outras músicas que a gente roubou só pra nós dois.
Deita aqui e deixa eu fazer cafuné nesse seu cabelo, que você reclama que tá gigante. Mas eu gosto. Dá pra enroscar os dedos. E nós dois sabemos o quanto isso é útil.
Vem cá e dá um beijo na minha testa, faz com que eu sinta que nada nos afeta quando estamos juntos.
Chega mais perto de mim para que eu possa deitar em você. E ficar ali, quietinha, ouvindo seu coração batendo forte contra o peito.
Fala qualquer coisa boba para que eu sorria enquanto te olho. E vejo teus olhos castanhos se iluminando e ficando daquele jeito que me deixa sem saber até meu nome. E vendo só você.
Olha pra mim e diz que eu sou especial, que com a gente tudo é diferente, é único. Me deixa sem fala porque eu concordo com tudo. E sinto meu coração sorrindo cada vez que te vejo. E nosso beijo é o encaixe perfeito, era exatamente o que faltava nas nossas vidas.
Vamos, me conte de tudo o que sentir vontade. Me diz sobre seus medos, seus sonhos, seus traumas.. Me conta as coisas com o brilho nos olhos. E com o sorriso aberto. Aquele sorriso que eu tanto gosto de encher de beijo. Aquele sorriso que é a coisa mais linda do mundo.
Encaixa sua mão na minha cintura enquanto eu encaixo a minha na tua nuca. Me puxa para mais perto, e deixa nossas respirações cruzarem, ofegantes, enquanto eu fixo o fundo do teu olhar e tento eternizar o momento inquebrável, impenetrável, no qual nos encontramos.
Me lembra que eu deixo (ainda mais) a razão de lado cada vez que você me olha.
Desliza suas mãos quentes pelo meu corpo, constantemente gelado, e reinvindica tudo aquilo que já é teu.
Me chama de "amor" e me faz sorrir de lado.
Eu sou tua. Pro que der e vier.
Da mesma forma que você é meu. Em cada polegada da tua pele, você é meu. Em cada terminação nervosa minha, eu sou tua.
A gente se completa, se equilibra. Se encaixa com maestria, como ninguém jamais encaixou na gente.
Não me deixa esquecer que você confia em mim, acredita que eu consigo. Ainda que eu não confie, ainda que eu não acredite. Mas não quero mais falhar. Não quero te desapontar. Quero te dar orgulho. Te encher de gosto por estar ao meu lado.
Me deixa te perguntar, mil vezes, o motivo do teu sorriso. Só pra ouvir, mil e uma, que você sorri por estar feliz em me ver. Por estar comigo. Me deixa sem resposta outra vez.
Eu sou louca por você. E nem todas as palavras do mundo seriam capazes de traduzir esse sentimento prematuro, mas crescente, que batuca forte dentro do meu peito..
Mas você entende.. Você me entende. Já me decifra, aos poucos. Essa minha loucura em relação à você, reflete sua loucura em relação à mim.
Conta pra mim sobre Vinícius de Moraes. Me explica porque você não gosta da poesia dele, apesar de o admirar demais.
Canta pra mim. Canta funk, canta MPB, canta Rock... mas canta. Eu adoro o timbre da sua voz. Me acalma.
Me explica futebol. Ri comigo quando eu digo que a Argentina não mereceu ganhar a Copa no Maracanã, e que a Alemanha quem deveria ter levado, sim.
Me beija quando eu falo demais.
Me abraça quando fraquejo.
Entende minha timidez, e minha mania de achar que sou fera indomável. Ainda que esteja mais para um gatinho assustado.
Se preocupa achando que eu perdi a hora. E me liga tentando me acordar.
Acorda sorrindo, todo amassado, todo lindo, quando eu me preocupo com seu horário e te ligo. Te salvando 20 minutos antes do tempo máximo. 
Me surpreende a cada dia. Faça com que eu me permita me apaixonar por você. Cada vez mais.
Me prende nesse ciclo, e não me deixa ir embora.
A vida ganhou cor quando te tive pela primeira vez.
E eu não quero a monocromia de volta.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

carta aberta à um amor idealizado

Eu não imaginei o rumo que essa história tomaria, quando tudo isso começou... Naquela tarde ensolarada, numa praia tão distante de agora.  Você chegou, sorriu pra mim. Eu vi o mundo se colorindo apenas naquele pequeno pedaço de mar, e desvanecer em tudo o que nos cercava.
O teu sorriso foi a coisa mais linda que eu vi naquelas férias. Teu abraço era o lugar mais confortável do mundo. E aqueles poucos dias foram o suficiente pra eu não ser capaz de te tirar da mente, até hoje, seis meses depois.
Cada vez que eu penso estar afastada... você ressurge com toda a sua magnitude, como se sentisse a maneira que eu fujo das suas amarras. Mas você insiste em querer me levar de volta, enquanto eu resisto... Tentando te poupar de todo o problema que isso vai te trazer. É tão difícil entender que, cada vez que você se aproxima... quem se machuca sou eu?!
Tento, em vão, entender a sua mente... tudo assume o comportamento de um furacão quando se trata de você. Por que você não a deixa ir?! Assuma o controle, e sinta-se livre desse fardo pesado sobre os teus ombros... Você se mantém perto de quem não representa riscos pra você....
Faça por valer. E resolva nossas pendências, antes de eu te deixar ir.
Você me diz sobre suas saudades..Diz que tudo ficará melhor quando nós nos encontrarmos... Melhor pra quem? Pra mim, pra você, ou pra ela?!
Me sinto encurralada dentro desse teu labirinto doentio... e a culpa é sua se eu não acredito no que me diz.
Você não se liberta dessa situação, não me liberta de você... E nós dois continuamos a andar em círculos, continuamos a dar com a cara na porta fechada.. Isso não te cansa? É exaustivo... Eu venho te esperando desde a estação do sol, e nada foi mudado. Tuas promessas são palavras frágeis, sem significado algum agora... Já gastei demasiado tempo presa ao teu jogo doentio, e nada disso me traz paz.
Eu não posso mais continuar te esperando, algo precisa ser feito.... E eu vou ter que ser forte dessa vez, forte o suficiente pra acabar com o teu jogo infindável, baseado em sabe-se lá o que.... Eu preciso da força que andava me faltando pra te deixar ir.
Te deixar jogar com ela, com quem você consiga lidar diretamente. Nós dois nunca estivemos no mesmo patamar.. não ao mesmo tempo. Não desde aquela noite, e apenas lá.

Before I let you go - Colbie Caillat 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Eu te desejo uma morte lenta, sutil e imperceptível. Uma morte que te sugue para as profundezas do nada, lentamente. Eu desejo que você entenda suas razões absurdas para tratar as pessoas desse jeito, para me tratar desse jeito. Não que eu ainda me importe contigo. Eu já aceitei o fato de que você é o ultimo merecedor de algum afeto proveniente de mim. Só merece raiva. Desprezo. Pena. Dó. Você é digno de dó. Tão falsamente suficiente de si, fingindo que não se importa com ninguém. Fingindo que não se importa, ou importou, comigo. Mas você se importa. Só que se sente importante demais para transparecer o que sente. Mas você não é. Você me dá dó, por se privar de sentir. Sentir coisas lindas. Sentir seu coração batendo forte no seu peito por causa da minha voz. Sentir o teu batendo igual ao meu batia.
Mas você não merece. Nunca mereceu esse amor bonito que eu tinha dentro de mim. Esse amor que outrora fora todo teu. Amor esse que tu jogastes fora por uma paixão de madrugada. Enquanto eu era um dia inteiro.
E por mais que meu peito ainda doa com a tua ausência, eu já aceitei teu crime, e teu castigo virá mais cedo ou mais tarde. A reparação do meu desejo também. E dia menos dia, aprenderei a lidar com meu orgulho, e você com teu preconceito de sentir as coisas.
Embora eu não tenha sido teu dia, eu vou encontrar alguém, em algum momento, de quem eu seja o dia. E você sempre será um crepúsculo nebuloso na minha vida: o fim de um momento que parecia bonito, causando confusão para a noite seguinte. Noite essa que será seguida de um dia lindo, ensolarado. Dia esse que você não estará presente. Eternamente preso em uma tempestade solitária, cinzenta. Assim como você.
Você que deprime todos que lhe cercam, pinta o céu de azul, para momentos depois pintá-lo de cinza chumbo. Você é falso. Um boneco falsificado. Horrível. Interna e externamente. Me enojo em dizer que um dia eu fui tua. Me envergonha o fato de que já pousei meus lábios sobre os seus. O fato de que meu sorriso já fora teu. 
Hoje, me vejo curada dessa doença do amor errado. Amor não. Tu nunca me amastes. Amava ter companhia, um corpo quente junto do teu. Amava ter alguém que aguentasse seus caprichos absurdos e suas grosserias. Mas nunca me amou. Nem sequer gostou de mim. 
E agora está enganando uma outra qualquer. Mas ela te merece. Ambos se merecem. Por serem tão baixos. Tão cínicos. Tão sádicos. 
Eu te desejo uma vida longe de mim. Bem longe. Afinal, gastei tempo demais com a tua sombra maligna por perto. Hoje estou benzida, protegida e  resguardada do teu fantasma negro.  
Espero que  jamais volte a me procurar. Tu não mereces nem mesmo meu "oi" por educação. Merece a maior indiferença do mundo. O oposto do amor não é o ódio. É a indiferença. 
E se algum dia eu te amei, hoje lhe sou indiferente. Mas a decisão foi sua. 
Seja homem, pela primeira vez, e lide com isso. Das suas criancices eu estou farta. Sempre estive. Sempre estarei. 
Agora, arque com a sua mania de brincar. Sozinho. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Vem. Eu te aceito de volta. Eu esqueço tudo o que eu fiz. Tudo o que você fez. Mas vem. Por favor.
Dói estar com você.. Mas dói bem mais estar sem você.
Larga dela. Nós dois sabemos que ela não vai passar pelo o que eu passei, por você. Você não me esqueceu, e nem vai tão fácil. Palavras suas. Não minhas. Por isso, vem. Volta aqui. Arruma o que a gente bagunçou. Nós não quebramos.. Só estamos com alguns problemas. Mas a gente arruma.
Volta atrás e diz que não da pra ficar sem mim. Diz que não da pra ficar sem meu cheiro e meu sorriso torto. Diz que ela não é boa como eu sou. Diz que ela foi pra ver se era longe de mim que você queria ficar. E não era.
Vem aqui e me diz que você sente muito. Eu te perdoo. Eu sinto muito pelo o que eu fiz também. Você me perdoa? A gente arruma isso daqui pra frente, segue a vida arrumando nossas bagunças. Sabemos onde elas estão, a gente consegue, meu anjo. Eu sei que sim.
Mas a decisão é sua. Você diz que não queria ficar longe. Mas não posso ficar perto se você não for meu. Vai doer, claro. E dói. Muito. Parece ferida aberta em carne viva e ninguém para de cutucar. Mas a gente cicatriza. A gente cura tudo o que está sangrando.
A dor também estava nos teus olhos. Eu vi, pela primeira vez, o que você sentia. Da pior maneira possível, mas eu vi. Suas íris castanhas me passaram o que estava dentro de você.
Por isso eu te peço, volta.
Minha armadura está no chão. O golpe final é seu. Ou você me mata ou me deixa viver. Sem adaga.
E eu gosto da vida.